Direto
de Barcelona — Eles estão demorando para se popularizar no Brasil, mas os
sistemas de pagamento móveis já começaram a chegar. A Samsung fechou parcerias
com Visa, MasterCard, Bradesco, Itaú, Nubank, Porto Seguro e outras
instituições para oferecer nos próximos meses a possibilidade de pagar pelo
smartphone em estabelecimentos locais, sem precisar andar com o dinheiro de
plástico na carteira.
Só que
essa novidade é parte de uma mudança maior na maneira como pagamos as nossas
compras — e as bandeiras de cartão de crédito não querem ficar de fora,
claro. Durante a Mobile World Congress, a Visa apresentou novas formas de pagamento
que dispensam o pedaço de plástico, mas o colocam em todos os lugares. A
ideia é que o cartão de crédito esteja onipresente, dentro do seu celular,automóvel,
relógio ou até na roupa.
Para a
Visa, uma das principais dificuldades enfrentadas para popularizar os meios de
pagamento alternativos é o medo do consumidor. Ainda não está claro para o
público se esses sistemas são realmente seguros, nem como agir em caso de perda
ou roubo do celular, por exemplo. Com certeza o obstáculo não é a falta de
tecnologia, afinal, o Brasil tem o maior parque de terminais contactless do
mundo (!), com mais de 2,5 milhões de maquininhas aptas a receber pagamentos
sem a necessidade do cartão físico.
A chave
do funcionamento dessas tecnologias alternativas de pagamento é a tokenização.
Normalmente, você depende dos 16 dígitos do seu cartão (e alguns dados de
confirmação, como sua senha ou código de segurança) para fazer compras. Nos
meios novos, esses dígitos são substituídos por um identificador único que a
Visa chama de token de pagamento.
O token
de pagamento é fornecido pela própria bandeira. Funciona assim: você cadastra
seu cartão no smartphone, automóvel ou qualquer outro dispositivo, que entra em
contato com a administradora do cartão para verificar as informações. Se tudo
estiver correto, um código único e exclusivo (o token) é enviado para a
carteira virtual do seu dispositivo.
Com o
token registrado de maneira segura no dispositivo, você não precisaria mais
memorizar a senha ou digitar os números do cartão em alguma página da web: basta
pegar o aparelho no qual você registrou o cartão e… pagar. No caso do Samsung
Pay, você só precisa ligar o smartphone, escolher o cartão e confirmar que você
é você mesmo, com sua impressão digital. Mas outras formas de pagamento podem
usar a palma da mão ou a íris, por exemplo.
Isso
abre algumas possibilidades. Primeiro, seu cartão pode estar
em qualquer lugar, não apenas na sua carteira. Entrou no posto de
gasolina? Seu próprio carro pode pagar o abastecimento, afinal, o token já está
registrado nele. Esqueceu a carteira em casa? Tem um chip no seu relógio ou
manga com o token: encoste-o na maquininha e pague a conta, sem problemas.
Além
disso, você não precisa se preocupar se alguém roubar seu smartphone, relógio
ou automóvel (ok, talvez um pouco). Basta cancelar remotamente o token
armazenado nesses dispositivos e pronto, ninguém conseguirá fazer compras não
autorizadas. A vantagem é que, como o token é único e exclusivo para cada
dispositivo, você só precisa cancelar o token que foi “roubado” — e nem precisa
esperar o pedaço de plástico novo chegar, afinal, ele continua intacto.
Já
trocamos o dinheiro em papel por um pedaço de plástico. Na internet, nem usamos
mais o pedaço de plástico, apenas os números aleatórios que estão impressos
nele. Agora, vamos substituir tudo isso por… qualquer coisa.
Via: tecnoblog
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